sábado, 27 de outubro de 2012

I don't belong here.

Já não caibo aqui.

É hora de trotamundar em outros cantos.

E de cantar em outros mundos.

Não retirarei o Retratos, Rabiscos e Reticências da web.

O mesmo ficará por aí, à deriva...


Epitáfio de si mesmo.

Caso queira: 
http://miscelaniagitanada.blogspot.com.br/






terça-feira, 16 de agosto de 2011

Um dia me encontro nesse descaminho.

Lembranças são sufocantes.
Me assusta e encanta a velocidade e a intensidade em que os sentimentos se misturam, transmutam e se reinventam.
E olha eu me enamorando outra vez pelas coisas que me confundem.
A falta de certeza que fascina...
Existem verdades demais para mim, e a sensação de que nenhuma delas me pertence é constante e crescente.
Tenho medo. Mas seria covardia de minha parte procurar refúgio em outra mentira.
Era mesmo mais simples viver no conforto de um amor morno, mas não menos sufocante.
E como já disse, careço de intensidades, entretanto, minha imaturidade ainda impede que eu alinhe minhas idéias e vontades com as atitudes.
Prolixamente cruel.
Apesar de tantas incertezas e possibilidades, ando me sentido bem mais eu do que jamais fui. Parte de um todo que antes eu repudiava.
Seja isso benção ou maldição (provavelmente nenhum dos dois), sigo meu descaminho armada apenas de meus textos vagos, vagando e vagando...

Adelante gitana!

domingo, 31 de julho de 2011

Domingo cinza

A gente sempre esbarra por aí com esses "tipos" sempre seguros de si e compreendedores de todas as mazelas do comportamento humano.
Normalmente trazem sempre um bom conselho no bolso e aqueles discursos paternalmente, ou maternalmente autoritários pra burro.
Sabe aquela retórica pra fazer você sacar o quanto a realidade deles é mais real que a sua?
É um dever nos acordar para a vida.
E sempre chega aquela dolorosa e inevitável ocasião em que esses indivíduos também se quedam desiludidos, machucados, putos da vida com a imprevisibilidade de outrem, lá na realidade mais real deles.
Um dia de mortal.
Sabidos fodidos...
Fodidos sabidos...
Tralálá...
Todos nós temos um pouco disso. E seguimos por aí manjando, nos fodendo, manjando e assim por diante.
Pois bem.
Isso não é pra ser uma crítica, apenas uma observação.
Na verdade, confesso que esses tipos me encantam, sem ironia. Estão longe de serem enfadonhos e desinteressantes.
Há certa magia poética nessa coisa de ser alheio a própria vulnerabilidade e nessa essência protetora dos demais.
O fato é que sempre será mais fácil lidar com os problemas alheios.
Às vezes os problemas alheios parecem tão banais...
No fundo ninguém tem propriedade pra qualificar a importância ou a gravidade dos problemas dos outros.
Nem sei se faz sentido isso tudo, mas fica ao menos como uma reflexão pra um domingo cinza.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Me quedo agitanada.

Tenho de ganhar o mundo!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Disorder Syndrome

Quem diria eu sempre reconhecida por ser exemplo de controle, responsabilidade, organização, planejamento...
Agora me encontro assim, na mais perfeita desordem.
Hoje tive vontade de chorar quando abri o meu armário.
Minhas pastas catálogo outrora organizadas em ordem alfabética, contendo meus holerites, recibos, documentos... Agora emboladas entre meias-calças, manuscritos, cosméticos e lingeries.
Meu armário é a representação mais fiel do meu estado de espírito, isso é incontestável. Ter tomado consciência disso me arrancou lágrimas.
Estou sem metas, objetivos, dormindo em um quarto caótico, dura, endividada, sem perspectiva...
Preciso dar um jeito nisso. Preciso encontrar um ponto de equilíbrio e por favor, parar de me autossabotar.
Terei de dar um tempo na boemia e tirar esse mês pra mim, pra me reorganizar, ajeitar as finanças, me dedicar a saúde e logo menos voltar a reclamar de tudo isso outra vez.
Ô maldita ciclicidade!
E essa vontade de abraçar o mundo que não passa.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Da vontade latente de abraçar o mundo, eis-me.

Sim, sim. Cá estou

"A moura está soltinha, soltinha." Como diria meu avô que morreu pedindo abacaxi, coisa que obviamente não vem ao caso, é que eu sempre lembro disso quando penso nele.
Tenho dessas.
Mas eu ia falar mesmo sobre a minha recente solteirice.
De repente surge um mundo todinho na sua frente, cheio de cores, formas, gente de todo jeito, sons, vibrações e parece que você quer condensar tudo isso, transformar em uma bolota bem grande, colorida e mandar goela abaixo.
No fim das contas, acho que sempre careci de intensidades, e eis que agora elas surgem reluzentes, dançantes e cantando em uníssono:

" Venha conosco queridinha!
O que temes pequenina?
A morena sobre a vida,
não entende patavina!"

O que temo?
Sei bem não.
Não importa.
Fecho os olhos e pulo de braços dados com as ninfas cantantes e com a bolota condensada e colorida a me descer pelo esôfago.
Permito-me.
Se o instante existe, que mal há?
Vivo-o.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

GLOBALIZAÇÃO BUGRE?


Nos últimos tempos, durante minha labuta diária ouço ao longe durante horas a fio o som de flautas de bambu “requentando” inúmeros sucessos da música popular mundial, dando-lhes uma roupagem um tanto quanto... chata? Algumas versões até bonitas, outras por vezes maçantes.

Ora, mas quem são os autores dessas louváveis releituras?

São os índios equatorianos em apoteótica turnê pelo Brasil.

Ontem mesmo ouvi uma senhora, aparentemente de classe abastada dizer encantada à amiga que a acompanhava:

-Acho lindo eles apresentarem sua cultura indígena pelas praças das principais metrópoles!

Mas esperem! Vamos destacar um trecho na frase acima!

“Sua cultura indígena”

Leia-se “Cultura dos índios equatorianos”, certo?

Errado.

Os índios oriundos do Equador não cantam sequer uma música folclórica do seu país, tampouco se vestem como tal. Os mesmos utilizam uma típica indumentária dos índios norte-americanos nas apresentações e exibem uma coreografia mista, sincretizando rituais de várias tribos ao redor do mundo, difícil até identificar as influências.

Às vezes acontece de tocarem algo genuinamente indígena, mas também oriundo dos indígenas norte-americanos. Porém, como disse a priori, a maioria das músicas são versões “aflautadas” da música pop. Quem quiser conferir é só comprar os CDs vendidos a quinze ou vinte reais durante as apresentações, ou então parar para escutá-los em uma das praças onde estão.

Na verdade, não sei o que pensar disso tudo.

Não tenho opinião formada.

Culpa dos pobres indígenas?

Dificilmente.

Se expusessem seu próprio folclore alguém compraria seus CDs? Ou mesmo pararia para ouví-los?

O que me vem à mente quando os vejo com suas fisionomias melancólicas e suas vestes coloridas em meio a todo esse inferno cinza, é uma espécie de sentimento de culpa.

Nós os sufocamos na nossa aldeia global.

E agora olha eles aí tentando se adaptar e sobreviver a nossa maneira, homogeneizando o que sobrou de uma cultura assassinada, juntando cacos, retalhos, e vendendo pra nós, que outrora manchamos de sangue os seus clãs e que agora de passagem pelas praças achamo-los formidáveis! Assim como a senhora citada acima.

Quem sabe compraremos um CD?

Uma forma de retratação?

Não creio.